quarta-feira, 9 de março de 2016

A tragédia do Gran Circo em Niterói

Era dezembro de 1961 e o GRAN CIRCUS NORTE AMERICANO instalou-se na cidade de Niterói no estado do Rio de Janeiro. E exatamente no dia 17 de dezembro, após o início de mais um espetáculo onde encontravam-se naquele picadeiro um público de quase 3 mil espectadores, um gesto de vingança deu fim à vida de centenas de pessoas (a maioria crianças) e deixou um marco de tragédia na história do Brasil.
O autor do crime, um ex-empregado do circo motivado por um desentendimento com o patrão, juntou-se à dois comparsas que o ajudaram a se infiltrar no circo na hora do espetáculo, derramar gasolina na lona do circo e em seguida atear fogo com todas as pessoas dentro. O tecido da lona, altamente inflamável, foi rapidamente tomado pelas chamas, caindo em gotas incandescentes sobre todo o público, como já citado a maior parte crianças

O pânico foi imediato. Chamas, fumaça, calor, gritos, desespero. Adultos e crianças desesperadas em busca de saída, atropelaram-se umas às outras. O fogo, ao alcançar a cúpula da arena, desabou levando centenas de pessoas à morte em questão de minutos.
Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, não havia muito pra se resgatar, senão um amontoado de corpos carbonizados e pisoteados. Na noite da tragédia, foram somados aproximadamente 400 vítimas. Mas nos dias subsequentes, o número de
pessoas que não sobreviveram aos ferimentos, somatizaram mais de 500 mortes. Muitos desses corpos não foram reconhecidos, já que na época não existiam os recursos que existem hoje. Então, os restos mortais dos que não foram identificados, foram sepultados em covas coletivas.
A título de curiosidade, depois desse trágico episódio a Prefeitura de Niterói proibiu a entrada de circos no município e até hoje, nenhum outro circo nunca mais passou pela cidade.
Outra curiosidade, é que a partir desse episódio é que surgiu uma figura muito conhecida pelo povo carioca que é o PROFETA GENTILEZA. Na verdade o Profeta era um empresário chamado José Datrino, que trabalhava no ramo de transportes e que ficou extremamente chocado com este fato e interpretou que a tragédia que houvera no circo em Niterói, era  como se o fogo no circo fosse uma representação do fim do mundo e a partir de então, decidiu deixar a vida material, abandonou todos os negócios e passou o resto de sua vida apregoando mensagens de amor, paz, esperança, distribuindo flores e fazendo as históricas pintura das colunas da ponte Rio-Niterói (que inclusive são preservadas até hoje pela Prefeitura do Rio como patrimônio da cidade).
Bom, relembrado alguns fatos sobre o incêndio do Gran Circus, agora vamos ao relato.
O local onde o Gran Circus foi instalado na cidade em Niterói no ano de 1961, hoje é o terreno onde funciona o prédio da Policlínica do Exército. Não existe nos dias de hoje nenhum memorial, nem monumento, nem placa, nem nada que relembre a velha história. Apenas um prédio, com parte de um terreno vazio ao lado.
Particularmente, eu nunca tinha ouvido nada de especial sobre esse caso, até o último fim de semana.
Eu e meu marido recebemos alguns parentes que moram no Rio de Janeiro de visita, pois foi aniversário do meu irmão e fizemos uma pequena comemoração aqui onde moramos em Macaé. E no meio desses parentes, veio minha prima (que não direi o nome por discrição) que trouxe consigo o namorado que é militar e mora em Niterói. E entre as várias horas de conversas que tivemos, esse rapaz contou-nos algumas experiências que teve no período que esteve prestando serviço nessa tal Policlinica em Niterói e acredito ser ele um homem sério e maduro o suficiente para ficar inventando contos.
Ele contou que alguns enfermeiros e guardas tinham sempre uma certa apreensão de ficar de serviço à noite na clínica porque vez ou outra sempre aconteciam fatos estranhos. Segundo ele, é comum sentir cheiro forte de algo queimando, sem saber de onde vem.
Ouvir choros e gritos a noite, também é normal. Mas nesse ponto perguntei à ele se não seria normal ouvir choros e gritos numa clínica (porque poderiam ser de pacientes) e ele me disse seriamente que NÃO! Porque a Policlinica não funciona para internação e sim apenas para consultas e exames e não tem pacientes à noite, logo, não se explicam os choros e gritos.
Ele contou também que certa vez, um grupo de soldados daquele regimento foi mandado fazer uma limpeza geral na área externa do prédio, na parte vazia do terreno, já que havia muito entulho. E ele contou que no meio dos entulhos, os soldados encontraram muitos pedaços de roupas queimadas, sapatos queimados, brinquedos e outros objetos. Mas o que torna esse fato estranho é que obviamente esses objetos não poderiam ser resquícios do incêndio que aconteceu há quase 50 anos, mas que no entanto, foi relatado que as roupas tinham aspecto antigos e modelos da época.
Muitas pessoas não deram crédito ao achado, mas foi contado que uma moradora próxima chamada Dona Margarida de 80 e poucos anos, afirmou ser sensitiva e  confirmou que as roupas eram da época sim, e que foi uma lembrança que alguns espíritos deixaram para avisar que ainda estavam naquele local de horror.
Segundo relato desse rapaz, essa Dona Margarida todo dia 17 de dezembro, manda rezar uma missa pelas almas do incêndio, até hoje, para que eles possam encontrar a paz e finalmente sair daquele lugar.
Outra história que me impressionou, foi o fato dele ter contado que nas primeiras semanas quando ele chegou na clínica, no turno da noite, esporadicamente ele ouvia batidas no portão e uma voz de uma menina pedindo ajuda, parecendo voz de criança. Quando ele ia atender, não via ninguém.
Devido à esses relatos e outros, ele contou que motivou a administração colocar câmeras na frente da portaria da Clínica. E uma certa noite, ele ouviu as batidas no portão da frente novamente, mas quando foi olhar na câmera não via ninguém, porém, ainda estava ouvindo os chamados e as batidas.
Ele disse que foi nessa noite que ele de fato acreditou nas histórias que contavam sobre a policlinica. Disse ainda, que foi este um dos motivos que o motivaram a voltar pra Igreja.
O incêndio em menos de dez minutos,
 destruiu todo o Gran-Circus Norte-Americano, às 15h45, exatamente
 três minutos antes de terminar uma apresentação, quando 2.500 pessoas
 esperavam o último número, o "Salto da morte".
Se esses fatos são verdadeiros ou não. Não posso dizer. Estou apenas recontando histórias que me foram passadas por uma pessoa que trabalhou alguns anos nesse local.
E também pela coincidência, já que dizem que locais onde ocorreram tragédias ou mortes violentas são mais propensos à terem atividades sobrenaturais. Como é o caso do Edifício Joelma, que mesmo após anos da tragédia, ainda são contados relatos de estranhos acontecimentos.
Espero que tenham gostado do relato e se souberem de mais notícias ou fatos sobre o ocorrido, postem aí nos comentários para compartilharmos um pouco dessa história tão trágica que o Brasil não se lembra mais.

Abaixo uma matéria recriando a tragédia de 61


Fonte: Assombrado.org

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