"Ouvi, crianças da Terra ao chamado daqueles que
habitam as estrelas. Aprendam que não existe profundidade e nem altura, pois
tudo é uno... A Mãe da Fertilidade gerou a todos no cosmos. As sementes dos
deuses caíram em inúmeros solos e floresceram em incontáveis formas".
Trecho do Manuscrito em inglês - séc. XVI
O Livro de Dzyan (pronuncia-se Dian) se encontra entre os
chamados escritos sagrados da humanidade, ainda que seja um texto mais
comentado do que realmente conhecido. De sua origem, pouco se sabe. As
informações que se possui não se referem a sua data, mas dizem que é mais
antigo que a própria Terra.
O nome vem do sânscrito Dhyana, que significa
"meditação mística", sendo que dzyan seria uma pronuncia tibetana ou
mongol da mesma palavra. A lenda diz que as primeiras edições foram escritas no
idioma senzar em folhas de palmeira por sacerdotes no Himalaia (onde se
localiza o Planalto de Tsang).
O texto de Dzyan tem a forma de poesias, ou stanzas que
contam a origem da humanidade desde seu início e cobre desde a pré-história até
o florescimento de civilizações perdidas. O tratado afirma que existiram quatro
raças que deram origem à humanidade atual. A primeira raça constituída por
seres etéreos que viviam em Vênus antes que um desastre condenasse o planeta. A
segunda por uma raça de monstros humanóides estúpidos para a qual a raça
original migrou sua consciência, a terceira teriam sido os habitantes do
continente de Lemúria, a quarta a dos atlantes e a quinta seria a nossa raça
atual.
Segundo Blavatsky, o livro foi ditado por seres avançados
(mahatmas ou lamas) que atingiram um estágio de iluminação superior. Estes
seres evoluídos, habitariam o interior da Ásia e viveriam ainda em monastérios
protegidos por antigas tradições místicas. Seriam eles os verdadeiros redatores
de todos os livros sagrados conhecidos, passando pelos mais antigos manuscritos
judaicos, da China, do Egito, da India, incluíndo o Alcorão e a Bíblia.
Entre os meios ocultistas, fala-se que o Livro de Dzyan
era "magnetizado" de tal forma que a sua leitura causava visões e
alucinações vívidas. As suposições a respeito do conteúdo do livro atribuem a
ele informações não apenas sobre o surgimento do Homem no planeta e de sua
evolução, mas segredos místicos a respeito do controle da mente, das ciências e
da verdade sobre as civilizações perdidas de Atlântida, Lemúria e Mu.
O Livro de Dzyan no Mythos de Cthulhu
Quando Lovecraft adaptou o Livro de Dzyan para o Universo
de Cthulhu, concedeu ao tomo uma aura bem mais sombria. No contexto
lovecraftiano, os mestres que ditaram o Livro de Dzyan são entidades de poder
cósmico que discorreram a respeito de temas que a humanidade não está preparada
para enfrentar. Ali estariam contidas revelações sobre os Deuses Exteriores e
seu significado, a rebelião dos Grandes Antigos, seu aprisionamento, a existência
de raças não-humanas vivendo no planeta e rituais de magia negra.
As cópias originais no idioma senzar teriam se perdido,
mas se alguma sobreviveu a passagem das eras, estaria guardada em bibliotecas
secretas pertencentes a cultos na Ásia Central. Há também a possibilidade do
texto original existir no Mundo dos Sonhos (Dreamlands) e seu acesso ser
concedido a alguns poucos sonhadores.
De acordo com os autores do Mythos, várias cópias foram
feitas do tratado original fazendo com que parte do conhecimento fosse perdido
a cada compilação. A seguir as estatísticas obtidas a partir do estudo de cada
volume.
A Cópia Poliglota
Esta versão foi encontrada no ano 595 d.C em uma caverna
próxima a fronteira do Tibet. Ela passou por várias mãos antes que um missionário
a entregasse aos cuidados do Wharby Museum na Inglaterra no ano de 1902. O
livro, um manuscrito escrito em pele de cabras é uma combinação de chinês,
sânscrito e de glifos pnakóticos. Trata-se da primeira tradução do texto
original e o mais próximo da fonte, mas sua interpretação é extremamente
complicada. Custo de Sanidade: 1d4/1d8; Cthulhu Mythos +8%, 20 semanas para ler
e compreender
A versão chinesa e em sânscrito
Grandes bibliotecas da China Imperial e no norte da India
possuem versões traduzidas do Livro de Dzyan. Os livros são mantidos em segredo
pois várias cópias foram roubadas por colecionadores e cultos interessados em
seu vasto conhecimento. Sabe-se que uma cópia está em poder de uma ordem
monástica nas montanhas de Karakoram no Tibet, os monges protegem esse tesouro
empregando uma mistura de magia e treinamento marcial. Outra cópia teria sido
escondida numa caverna em Okhee Math na fronteira da China com a India.
Expedições européias - entre as quais uma enviada pela Ahenenerbe (divisão de
estudos sobrenaturais da Alemanha nazista) - já buscaram encontrá-la, mas
falharam em sua obtenção. Custo de Sanidade 1d4/1d8; Cthulhu Mythos +7%, 18
semanas para ler e compreender.
O manuscrito inglês
Um manuscrito traduzido para o idioma inglês circulou
pelo submundo ocultista no século XVI. A cópia teria sido feita por John Dee,
médico e astrólogo da Rainha Elizabeth I, embora não se saiba com ele teria
obtido a versão original. O volume estaria perdido, mas rumores afirmam que o
manuscrito jamais deixou a Inglaterra e que estaria em poder de algum
colecionador nos anos 20. Uma cópia falsa emergiu em 1932, gerando uma acirrada
disputa entre ocultistas em Londres. Se o verdadeiro manuscrito ainda existe
seu valor e importância é inestimável. Custo de Sanidade 1d3/1d6; Ctlhulhu
Mythos +8%, 14 semanas para ler e compreender.
A versão original de Blavatsky
Ao se basear no Livro de Dzyan para escrever "A
Doutrina Secreta", Madame Blavatsky teria censurado alguns trechos por
considerar o conhecimento ali contido potencialmente perigoso. Entretando, ela
teria preservado uma versão completa do Livro de Dzyan contendo os trechos
cortados nas outras versões. Foi a essa edição que o ocultista Joachim Feery
teve acesso em 1930. Ele a adaptou na forma de uma brochura intitulada
"Estudo do Livro de Dzyan" que chegou a ser publicada. Custo de
Sanidade 0/1d2; Cthulhu Mythos 0%, 2 semanas para ler e compreender.
Magias adequadas
Edições mais antigas podem conter a descrição de magias e
rituais criadas pelas civilização atlante. As versões Poliglota e Chinesa
contém Invocar a Criança da Madeira (Invocar Cria de Shub-Niggurath), Invocar o
Espírito do Fogo (Invocar Vampiro de Fogo), Invocar Espírito da Água (Contatar
Profundos), Invocar aquele que vaga pelos planos (Invocar Andarilho
Dimensional), Invocar Espírito do Ar (Invocar Byakhee), Visões de Sonhos
(Contatar Cthulhu). A versão em inglês traduzida por Dee, contém os rituais
acima que o guardião achar adequados. A edição de Blavatsky via de regra não
possui magias, a não ser que o Guardião queira colocar um ritual em suas
páginas.
O Livro de Dzyan para Rastro de Cthulhu
A versão poliglota concede ao leitor 2 pontos dedicados a
qualquer Habilidade Investigativa (ou 1 ponto para quaisquer 2 habilidades)
envolvendo Atlântida, China, Lemúria ou qualquer idioma pré-humano. Ler esse
livro também concede +1 em Cthulhu Mythos, adicione um ponto adicional se o seu
personagem também teve acesso ao Eltdown Shards, G'Harne Fragments e os
Manuscritos Pnakoticos. Ler as outras versões concede 1 ponto dedicado em
pesquisa a respeito de Atlântida, e +1 em Mythos de Cthulhu se o leitor já
possui algum ponto nessa habilidade.
Fonte: Mundo Tentacular
O artigo é instigante,mas um detalhe nele me incomodou:a quantidade de conhecimento sobre os Mitos e o tempo necessário para ler e entender o conteúdo da versão em inglês do Livro de Dzyan são maiores do que as versões em chinês e sânscrito.
ResponderExcluirIsso não bate com o que ocorre com o Necronomicon:o manuscrito original em árabe é muito mais completo e poderoso do que as versões posteriores onde,a cada nova tradução para outro idioma,a quantidade de conhecimentos sobre os Mitos diminui.
Creio que isso também deveria acontecer com a obra em questão.