quarta-feira, 13 de julho de 2016

O Livro Dzyan - O mais antigo livro da humanidade

"Ouvi, crianças da Terra ao chamado daqueles que habitam as estrelas. Aprendam que não existe profundidade e nem altura, pois tudo é uno... A Mãe da Fertilidade gerou a todos no cosmos. As sementes dos deuses caíram em inúmeros solos e floresceram em incontáveis formas".

Trecho do Manuscrito em inglês - séc. XVI
O Livro de Dzyan (pronuncia-se Dian) se encontra entre os chamados escritos sagrados da humanidade, ainda que seja um texto mais comentado do que realmente conhecido. De sua origem, pouco se sabe. As informações que se possui não se referem a sua data, mas dizem que é mais antigo que a própria Terra.
O nome vem do sânscrito Dhyana, que significa "meditação mística", sendo que dzyan seria uma pronuncia tibetana ou mongol da mesma palavra. A lenda diz que as primeiras edições foram escritas no idioma senzar em folhas de palmeira por sacerdotes no Himalaia (onde se localiza o Planalto de Tsang).
Trechos nele discorrem a respeito de "mestres de rosto fascinante", que teriam visitado a Terra em carros voadores e que partiram em direção ao país do "metal e do ferro", de onde viera originalmente.
O texto de Dzyan tem a forma de poesias, ou stanzas que contam a origem da humanidade desde seu início e cobre desde a pré-história até o florescimento de civilizações perdidas. O tratado afirma que existiram quatro raças que deram origem à humanidade atual. A primeira raça constituída por seres etéreos que viviam em Vênus antes que um desastre condenasse o planeta. A segunda por uma raça de monstros humanóides estúpidos para a qual a raça original migrou sua consciência, a terceira teriam sido os habitantes do continente de Lemúria, a quarta a dos atlantes e a quinta seria a nossa raça atual.
Segundo Blavatsky, o livro foi ditado por seres avançados (mahatmas ou lamas) que atingiram um estágio de iluminação superior. Estes seres evoluídos, habitariam o interior da Ásia e viveriam ainda em monastérios protegidos por antigas tradições místicas. Seriam eles os verdadeiros redatores de todos os livros sagrados conhecidos, passando pelos mais antigos manuscritos judaicos, da China, do Egito, da India, incluíndo o Alcorão e a Bíblia.
Entre os meios ocultistas, fala-se que o Livro de Dzyan era "magnetizado" de tal forma que a sua leitura causava visões e alucinações vívidas. As suposições a respeito do conteúdo do livro atribuem a ele informações não apenas sobre o surgimento do Homem no planeta e de sua evolução, mas segredos místicos a respeito do controle da mente, das ciências e da verdade sobre as civilizações perdidas de Atlântida, Lemúria e Mu.

O Livro de Dzyan no Mythos de Cthulhu
Quando Lovecraft adaptou o Livro de Dzyan para o Universo de Cthulhu, concedeu ao tomo uma aura bem mais sombria. No contexto lovecraftiano, os mestres que ditaram o Livro de Dzyan são entidades de poder cósmico que discorreram a respeito de temas que a humanidade não está preparada para enfrentar. Ali estariam contidas revelações sobre os Deuses Exteriores e seu significado, a rebelião dos Grandes Antigos, seu aprisionamento, a existência de raças não-humanas vivendo no planeta e rituais de magia negra.
As cópias originais no idioma senzar teriam se perdido, mas se alguma sobreviveu a passagem das eras, estaria guardada em bibliotecas secretas pertencentes a cultos na Ásia Central. Há também a possibilidade do texto original existir no Mundo dos Sonhos (Dreamlands) e seu acesso ser concedido a alguns poucos sonhadores.
De acordo com os autores do Mythos, várias cópias foram feitas do tratado original fazendo com que parte do conhecimento fosse perdido a cada compilação. A seguir as estatísticas obtidas a partir do estudo de cada volume.

A Cópia Poliglota
Esta versão foi encontrada no ano 595 d.C em uma caverna próxima a fronteira do Tibet. Ela passou por várias mãos antes que um missionário a entregasse aos cuidados do Wharby Museum na Inglaterra no ano de 1902. O livro, um manuscrito escrito em pele de cabras é uma combinação de chinês, sânscrito e de glifos pnakóticos. Trata-se da primeira tradução do texto original e o mais próximo da fonte, mas sua interpretação é extremamente complicada. Custo de Sanidade: 1d4/1d8; Cthulhu Mythos +8%, 20 semanas para ler e compreender

A versão chinesa e em sânscrito
Grandes bibliotecas da China Imperial e no norte da India possuem versões traduzidas do Livro de Dzyan. Os livros são mantidos em segredo pois várias cópias foram roubadas por colecionadores e cultos interessados em seu vasto conhecimento. Sabe-se que uma cópia está em poder de uma ordem monástica nas montanhas de Karakoram no Tibet, os monges protegem esse tesouro empregando uma mistura de magia e treinamento marcial. Outra cópia teria sido escondida numa caverna em Okhee Math na fronteira da China com a India. Expedições européias - entre as quais uma enviada pela Ahenenerbe (divisão de estudos sobrenaturais da Alemanha nazista) - já buscaram encontrá-la, mas falharam em sua obtenção. Custo de Sanidade 1d4/1d8; Cthulhu Mythos +7%, 18 semanas para ler e compreender.

O manuscrito inglês
Um manuscrito traduzido para o idioma inglês circulou pelo submundo ocultista no século XVI. A cópia teria sido feita por John Dee, médico e astrólogo da Rainha Elizabeth I, embora não se saiba com ele teria obtido a versão original. O volume estaria perdido, mas rumores afirmam que o manuscrito jamais deixou a Inglaterra e que estaria em poder de algum colecionador nos anos 20. Uma cópia falsa emergiu em 1932, gerando uma acirrada disputa entre ocultistas em Londres. Se o verdadeiro manuscrito ainda existe seu valor e importância é inestimável. Custo de Sanidade 1d3/1d6; Ctlhulhu Mythos +8%, 14 semanas para ler e compreender.

A versão original de Blavatsky
Ao se basear no Livro de Dzyan para escrever "A Doutrina Secreta", Madame Blavatsky teria censurado alguns trechos por considerar o conhecimento ali contido potencialmente perigoso. Entretando, ela teria preservado uma versão completa do Livro de Dzyan contendo os trechos cortados nas outras versões. Foi a essa edição que o ocultista Joachim Feery teve acesso em 1930. Ele a adaptou na forma de uma brochura intitulada "Estudo do Livro de Dzyan" que chegou a ser publicada. Custo de Sanidade 0/1d2; Cthulhu Mythos 0%, 2 semanas para ler e compreender.

Magias adequadas
Edições mais antigas podem conter a descrição de magias e rituais criadas pelas civilização atlante. As versões Poliglota e Chinesa contém Invocar a Criança da Madeira (Invocar Cria de Shub-Niggurath), Invocar o Espírito do Fogo (Invocar Vampiro de Fogo), Invocar Espírito da Água (Contatar Profundos), Invocar aquele que vaga pelos planos (Invocar Andarilho Dimensional), Invocar Espírito do Ar (Invocar Byakhee), Visões de Sonhos (Contatar Cthulhu). A versão em inglês traduzida por Dee, contém os rituais acima que o guardião achar adequados. A edição de Blavatsky via de regra não possui magias, a não ser que o Guardião queira colocar um ritual em suas páginas.

O Livro de Dzyan para Rastro de Cthulhu

A versão poliglota concede ao leitor 2 pontos dedicados a qualquer Habilidade Investigativa (ou 1 ponto para quaisquer 2 habilidades) envolvendo Atlântida, China, Lemúria ou qualquer idioma pré-humano. Ler esse livro também concede +1 em Cthulhu Mythos, adicione um ponto adicional se o seu personagem também teve acesso ao Eltdown Shards, G'Harne Fragments e os Manuscritos Pnakoticos. Ler as outras versões concede 1 ponto dedicado em pesquisa a respeito de Atlântida, e +1 em Mythos de Cthulhu se o leitor já possui algum ponto nessa habilidade.

Um comentário:

  1. O artigo é instigante,mas um detalhe nele me incomodou:a quantidade de conhecimento sobre os Mitos e o tempo necessário para ler e entender o conteúdo da versão em inglês do Livro de Dzyan são maiores do que as versões em chinês e sânscrito.
    Isso não bate com o que ocorre com o Necronomicon:o manuscrito original em árabe é muito mais completo e poderoso do que as versões posteriores onde,a cada nova tradução para outro idioma,a quantidade de conhecimentos sobre os Mitos diminui.
    Creio que isso também deveria acontecer com a obra em questão.

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