quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O que é Gnosticismo

Gnóstico é um termo que deriva do grego "gnostikós" cujo significado remete para algo ou alguém que é capaz de conhecer. Na Língua Portuguesa o termo é utilizado para referir aquele que é sectário do gnosticismo.
O gnosticismo designa um conjunto de crenças de natureza filosófica e religiosa cujo princípio básico assenta na ideia de que há em cada homem uma essência imortal que transcende o próprio homem. Os gnósticos consideram a existência humana neste mundo como não natural, por estar submetida a diversos sofrimentos.
De acordo com o gnosticismo, o caminho para a libertação desses sofrimentos é através do conhecimento. Não um conhecimento adquirido de forma racional e com base científica, mas um conhecimento intuitivo e transcendental que dá sentido à própria vida humana.
O gnosticismo tem origem em várias seitas religiosas anteriores ao cristianismo, mas nos primeiros séculos da era cristã chega a misturar-se com o próprio cristianismo. Posteriormente veio a ser declarado como pensamento herético. Há quem defenda a existência de um gnosticismo pagão e um gnosticismo cristão.
O termo “gnóstico” adquiriu sentido pejorativo quando foi aplicado pelos mesmos Padres a certos hereges que tiveram notável relevo entre os séculos II e IV. O primeiro em designá-los assim foi são Irineu, que vê a sua origem na heresia de Simão o samaritano (Atos 9, 9-24), e diz que os seguidores desse herege se propagaram pela Alexandria, Ásia Menor e Roma dando lugar a “uma multidão de gnósticos que emergem do solo como se fossem fungos” (Adversus Haereses,I, 29.1). Deles, continua dizendo são Irineu, procedem os valencianos, que são os que ele combate diretamente. Explica tal abundância e diversidade de seitas dizendo que “a maioria de seus seguidores – na realidade, todos querem ser mestres - se vão da seita que abraçaram, e elaboram um ensinamento a partir de uma outra doutrina, e depois a partir desta surge ainda outra, mas todos insistem em ser originais e em haver achado por si mesmos as doutrinas que de fato se limitaram a compaginar” (Adversus Haereses,I, 28.1).
Dessas informações de Irineu e dos outros Padres que também tiveram que combater aqueles hereges (especialmente são Hipólito de Roma e são Epifanio de Salamina), se deduz que foi tal a quantidade de grupos (simonianos, nicolaítas, ofitas, naazenos, setianos, peratas, basilidianos, caropocratianos, valencianos, marcosianos) e mestres (Simão, Cerinto, Basílides, Carpócrates, Cerdão, Valentim, Tolomeu, Teodato, Herácleo, Bardesanes...), que caíram sob a designação de “gnósticos”, e que apenas de uma forma muito genérica se lhe pode agrupar sob um qualificativo comum. Das obras heréticas “gnósticas” descobertas em 1945 em Hag Hammadi (alto Egito) - cerca de quarenta – tira-se uma impressão parecida; cada obra contém a sua própria orientação doutrinal herética.

Dentro dessa diversidade descrita, os que melhores conhecemos são os gnósticos valencianos, que são também os que exerceram uma maior influência. Agiam dentro da Igreja como se fosse uma “fera presa numa jaula”, diz são Irineu. Tinham as mesmas Sagradas Escrituras que a Igreja, mas as interpretavam em sentido contrario. O Deus verdadeiro, segundo eles, não era o Criador do Antigo Testamento; distinguiam diversos Cristos entre os seres do mundo celeste (éons). Esses gnósticos valencianos julgavam que a salvação era obtida pelo conhecimento de si mesmo, como uma centelha de luz divina contida na matéria; julgavam, ainda, que a redenção de Cristo consiste em despertar-nos para esse conhecimento; e que apenas os homens espirituais (pneumatikoi) estão destinados à salvação. O caráter elitista da seita e o desprezo do mundo criado configuravam, entre outras características, a mentalidade daqueles hereges, máximos representativos dos “gnósticos”.

Fonte: Opus Dei
Fonte: Significados

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