A Peste Negra foi uma das pragas mais devastadoras a visitar
a humanidade. Ela ceifou um terço da população da Europa no século 14. Parte do
terror era que ninguém realmente entendia o que estava causando a morte de
milhões e, portanto, não se sabia como evitar a infecção. A melhor explicação
apresentada pelos acadêmicos da Universidade de Paris foi a de que a peste era
causada por uma combinação de terremotos e de um malfadado alinhamento dos
planetas. O alinhamento maligno não só causara a peste, mas também levantara
tempestades que espalharam gases nocivos pela Terra, gases que haviam sido
liberados pelos terremotos.
Mas, as pessoas comuns não podiam compreender ideias tão
sofisticadas. Elas preferiam acreditar que a praga era um castigo de Deus, um
presságio do fim do mundo. Centenas de lendas surgiram para explicar a
propagação da doença. Uma das
mais conhecidas é a lenda austríaca da Pest Jungfrau, ou Donzela da Peste. Essa mulher
sobrenatural era descrita como um ser envolto em uma chama azul que voava sobre
toda a terra, espalhando o contágio da doença. Na Escandinávia, pessoas juravam
tê-la visto sair da boca de uma vítima da peste, também como uma chama azul e
voar para longe, a fim de infectar a próxima casa. Na Lituânia, a donzela
acenava um lenço vermelho através da porta ou da janela para deixar a peste entrar. Certa história fala de um
homem heroico que deliberadamente esperou a donzela em sua janela com uma espada
desembainhada. Ela veio, e logo que estendeu a mão para acenar o lenço mortal,
o homem a golpeou, cortando o membro. O
valente herói morreu como resultado de sua ação, mas sua aldeia foi poupada,
sendo o lenço preservado como relíquia na igreja local.
Personificar a praga era muito comum nas lendas
medievais. Nas pós-medievais Suécia e Noruega, a doença foi retratada como um
casal de velhos viajantes, o homem carregava uma pá e a mulher uma vassoura. Se
o velho homem com a pá chegasse numa aldeia, ele pouparia algumas pessoas, mas
se fosse a anciã com sua vassoura, "nem as mães, nem as crianças de peito,
escapariam da morte."
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