Desaparecimentos de crianças e adolescentes é uma
tragédia que vemos quase que diariamente. Familiares que tem entes queridos
desaparecidos sofrem em silêncio a dor de não saberem o que realmente
aconteceu. Talvez isso seja pior do que a própria morte. As causas de
desaparecimentos são inúmeras, mas as mais comuns são a fuga do lar (muito
devido a violência doméstica) e o envolvimento com a criminalidade.
“Mais da metade dos desaparecimentos é em decorrência de
conflitos do lar, muitas vezes em razão de violência doméstica”, diz Ariel de
Castro Alves, Presidente da Fundação Criança, órgão da prefeitura municipal de
São Paulo.
O que muita gente não sabe é que alguns casos de
desaparecimentos são obra de um predador invisível, um predador que se camufla
na sociedade, um predador em pele de cordeiro. Eles sorriem, te cumprimentam ao
passar por você e … são acima de qualquer suspeita. São …. os serial killers.
Posso citar inúmeros casos envolvendo desaparecimentos que culminaram na
descoberta de serial killers. Isso não é comum, claro, serial killers
representam menos de 1% dos assassinos conhecidos, mas mesmo assim, as
autoridades não podem continuar negando esse tipo de crime. Elas parecem ser
cegas e, até mesmo, céticas com relação a isso. A polícia parece investigar
apenas quando eles encontram um corpo (claro, com um corpo não dá pra eles
ficarem de corpo mole). Quando chegam para eles um desaparecimento … é a velha
ladainha de sempre …“Espere 48 horas” … “ele fugiu de casa” … “adolescentes são
assim, ele provavelmente irá voltar em poucos dias”. E a negligência policial
é, talvez, um dos maiores aliados desses perversos assassinos. Estou mentindo ?
Aqui mesmo no blog já escrevi sobre vários casos de pessoas que desapareciam e
não eram devidamente investigadas. Quando a polícia finalmente abria o olho …
Bum! Já era tarde demais. Serial Killers … eles estão à espreita, há muito
deles nas ruas esperando o momento certo para atacar. Quem sabe um deles não
possa estar olhando para você agora! Imaginando, fantasiando o momento em que
ele irá te pegar! É isso o que eles fazem.
Exageros (ou não!) a parte, o texto de hoje é sobre um
desses casos. Um caso recente, bem recente, ocorrido na China. Todos vocês
sabem que os chineses não são um exemplo de país que sabe lidar com a liberdade
de expressão. As informações sobre esse caso são mínimas. Escrevemos esse texto
com o que conseguimos levantar.
Nanmen, cidade de Jincheng, China
Nanmen é uma pequena aldeia na cidade chinesa de
Jincheng, Distrito de Yunnan. É uma daqueles lugares onde o tempo parece ter
parado. Seus habitantes são em sua grande maioria camponeses que vivem de suas
plantações e comércios de grãos, carnes, verduras, … É um lugar bucólico,
cercado pela natureza, incrustado nas montanhas no sudoeste chinês. É um lugar
totalmente pacato e tranqüilo.
Mas a traquilidade desse paraíso foi drasticamente
quebrada em 25 de abril desse ano. Nesse dia, um adolescente de 19 anos sumiu
sem deixar rastros.
Han Yao, 19 anos, desapareceu misteriosamente no dia 25
de abril de 2012. Estudante de Administração de Empresas da Universidade de
Yunnan, ele desapareceu no caminho de volta para casa.
13 dias depois do desaparecimento de Han Yao, o jornal
chinês Global Times publicou a seguinte reportagem:
“Durante o ano passado, os moradores da cidade de
Jincheng, Condado de Jinning ficaram abalados devido a vários e inexplicáveis
desaparecimentos de adolescentes e adultos locais.
6 pessoas com idades entre 12 e 22 anos estão
desaparecidas desde janeiro de 2011, com o caso mais recente ocorrido em 25 de
abril. Os desaparecidos são todos jovens da cidade de Jincheng, a 30 km ao sul
de Kunming.
A polícia não conseguiu encontrar qualquer pista que
levasse ao esclarecimento dos desaparecimentos. Em abril, um homem que havia
desaparecido de Jincheng voltou para casa dos seus pais depois de escapar do
trabalho forçado em uma fábrica de tijolos.
Lei Yusheng foi sequestrado em 07 de abril de 2012 por
dois homens armados com espadas. Ele foi levado para uma fábrica e forçado a
fazer tijolos com outros sequestrados, trabalhando até 10 horas por dia. Ele
escapou em 25 de abril.
A história de Lei levou os moradores e a polícia local a
acreditarem que os adolescentes desaparecidos podem ter sido levados à força
para trabalhos forçados. A Secretaria de Segurança Pública de Kunming enviou
policiais para Jinning em 03 de maio para ajudar nas investigações.
Fábricas de tijolos ilegais foram notícias em 2010 quando
24 pessoas foram libertadas de uma olaria ilegal no Condado de Shilin em
Yunnan.
Em um caso relacionado de sequestro em Jinning,
sequestradores sequestraram um rapaz e pediram 300 mil dólares de resgate. A
polícia local os prendeu em 04 de maio.”
A notícia dos desaparecidos em Jincheng, cidade do
Condado de Yunnan, pegou a todos de suspresa. Ninguém na região sabia que,
desde 2011, uma série de desaparecimentos estavam acontecendo. A maioria dos
moradores não sabiam mas certamente os familiares das vítimas e a própria
polícia de Jincheng sabiam muito bem.
Os primeiros a sofrerem com o desaparecimento de um ente
querido são os familiares e, normalmente, a primeira coisa que eles fazem é
procurar a polícia. A polícia de Jincheng tinha sim conhecimento dos
desaparecimentos, mas, como em centenas de casos que vemos pelo mundo, eles não
deram a mínima para os desaparecidos. Para a polícia, os vários relatos de
desaparecimentos de adolescentes na região tinham uma explicação: Eles haviam
fugido de casa. Adolescentes são revoltados com a vida por isso eles fogem de
casa e ponto! A polícia de Jincheng literalmente se recusou a investigar esses
casos. E isso não é um comportamento típico chinês não, isso ocorre no mundo
inteiro.
No final dos anos de 1990, uma ONG de direitos humanos
foi a público cobrar uma posição da polícia canadense sobre o desaparecimento
de várias mulheres da região de Low Track na cidade de Vancouver. Desde a
década de 1980, dezenas de mulheres estavam desaparecidas. A polícia sempre fez
pouco caso dos desaparecimentos achando que as mulheres haviam mudado de
cidade, fugido de casa ou até mesmo falecido
e enterradas como indigentes. O desfecho do caso, em 2002, chocou a
todos. O desaparecimento das mulheres eram obra de um macabro serial killer,
Robert William Pickton, um fazendeiro criador de porcos de Port Coquitlam.
Pickton matava mulheres em sua fazenda e transformava seus corpos em rações
para porcos. O caso teve repercussão internacional e deixou a cidade de
Vancouver em pânico já que o serial killer era um produtor de carne suína.
Um caso recente é do serial killer de Long Island em Nova
York. Várias prostitutas desapareceram em Nova York na década de 2000. A
polícia norte-americana fez pouco caso dos desaparecimentos. Mas quando uma
mulher desapareceu em maio de 2010, em sua busca, a polícia encontrou o
cemitério de um serial killer. 11 corpos foram encontrados em Long Island.
Parece que o local tem sido usado como uma região de desova pelo assassino. A
polícia pode ter acordado tarde demais, pois além de começar a investigar os
assassinatos muito depois de terem acontecido, o furacão Sandy varreu toda e
qualquer evidência que poderia ser encontrada.
Esses são apenas 2, mas posso citar inúmeros outros casos
de desaparecimentos os quais são mau investigados pela polícia e quase sempre
não terminam da melhor forma possível.
E como em vários outros casos que vemos, uma atitude só
começa a ser tomada quando a mídia inicia seus bombardeios de reportagens sobre
os casos. E no caso dos desaparecidos em Jincheng não foi diferente. Após a
reportagem do jornal chinês Global Times, uma enxurrada de matérias em outros
jornais sobre os adolescentes desaparecidos na região inundou o noticiário
chinês. E quando algo do tipo sai na mídia o que acontece ? Os políticos caras
de paus aparecem para dizer: “Vamos fazer o máximo para resolver a situação!”
E em 03 de maio deste ano, depois que a mídia chinesa
publicou várias reportagens dos homens desaparecidos da região de Jincheng, o
Ministério chinês de Segurança Pública enviou uma equipe de investigação ao
local. Começava um trabalho de investigação que duraria 20 dias.
Ao chegarem até Nanmen, os investigadores, vindos diretos
de Pequim, perceberam que os moradores do local estavam em pânico. Eram vários
relatos de adolescentes desaparecidos e eles não poderiam ter fugido de casa.
Todos trabalhavam com os pais, alguns, como Han Yao, eram universitários.
Aquele era um local pacato.
Investigando os desaparecimentos, os investigadores
descobriram que o caso poderia ser muito pior do que imaginavam.
Desaparecimentos vinham acontecendo não desde 2011, mas desde 2005.
O primeiro relato oficial de desaparecimento é do dia 01
de maio de 2007. Li Hanxiong, 12 anos, ajudava seus pais no campo quando as
09:30 foi para casa para ajudar seus irmãos a fazerem o almoço. O caminho era
pouco mais de 100 metros mas o adolescente nunca chegou em casa, ele
simplesmente desapareceu, como num passe de mágica, a última a vê-lo foi sua avó.
“A avó o viu entrando pelo milharal, ele tinha apenas
1,45 metros de altura, como o milho era muito alto, a avó o perdeu de vista.
Quando chegamos em casa as 11:30 ele não estava lá. Pensamos que tivesse ido
até a casa de um tio, ele gostava de ir pra lá para brincar com os primos.”
Disse seu pai Li Yudong.
Li não encontrou seu filho. Fez uma busca pelo local e
não encontrou nenhum rastro dele. As 17:00 horas ele foi até a delegacia, mas a
polícia fez pouco caso.
Mesmo a polícia local fazendo pouco caso do
desaparecimento do adolescente, o pai de Li continuou procurando o filho.
“A polícia disse para eu não me preocupar. Ouvimos coisas
sobre tráfico de seres humanos, trabalho infantil. Colamos cartazes em postes e
em escolas mas nada. Nós procuramos ele por meses. Gastamos todas nossas
economias, cerca de 80 mil yuan (cerca de 20 mil reais) procurando por ele.”
Disse o pai do garoto.
Outro desaparecido, Xie Haijun, 16 anos, sumiu no dia 27
de Janeiro de 2011 após sair da escola. O pai do garoto, Xieshun Sheng, passou
a noite procurando pelo filho. Rodou locais de jogos eletrônicos na cidade,
visitou casas de amigos do filho, mas ninguém havia visto o garoto. As 13:00
horas do dia seguinte ele reportou o desaparecimento do filho na delegacia e
mais uma vez a polícia fez pouco caso. O pai de Xie resolveu investigar o
desaparecimento do filho por conta própria. Ele visitou mais de 30 olarias
clandestinas e imprimiu dezenas de cartazes com foto do filho.
“Eu ofereci mil dólares por informações que levassem ao
meu filho e 50 mil dólares para quem o trouxesse de volta,” disse Xieshun
Sheng.
Chen Tao, 16 anos, desapareceu no dia 30 de Setembro de
2011. O garoto trabalhava com os pais em um campo quando simplesmente sumiu.
“Pensamos que ele pudesse ter ido ao banheiro, passou 20
minutos e ele não voltou. Fui até o banheiro e não o vi. Seu telefone estava
desligado.” Disse a mãe de Chen.
E assim os investigadores iam levantando o número de
desaparecidos da região. Em poucos dias eles fizeram uma lista com 17
desaparecidos, a maioria adolescentes:
A suspeita principal da polícia era que os adolescentes
foram sequestrados para trabalho escravo em olarias, algo bastante comum na
China. Lá, as atividades econômicas que mais utilizam mão de obra forçada são a
indústria de tijolos, as minas de carvão e a construção civil. A legislação do
país não reconhece homens como vítimas de tráfico ou adultos como vítimas de
trabalho escravo. Há evidências de trabalho infantil forçado em fábricas e
fazendas, sob pretexto de formação profissional. A extensão do trabalho escravo
na China não é clara, em parte porque o governo limita a divulgação de
informações. Entretanto, esse caso era incomum (principalmente por causa da
mídia), e eles deviam dar uma satisfação aos pais e à mídia.
A investigação foi feita de forma secreta, nenhum tipo de
informação era divulgado à imprensa, nem mesmo para as famílias dos
desaparecidos. Em 23 de maio de 2012, o chefe de polícia de Jincheng juntamente
com o delegado de polícia foram demitidos por falta de empenho na investigação
dos desaparecimentos. Pelo menos 6 casais relataram para a polícia local o
desaparecimento dos seus filhos, mas eles se recusaram a investigar. Mas a
pergunta que ficou foi: Será que eles foram demitidos por isso mesmo ? Ou teria
os investigadores vindos de Pequim descoberto algo aterrador que justificasse
as demissões ?
E o que começou com a suspeita de sequestro terminaria de
uma forma que muitos sequer poderiam imaginar.
Pouco mais de 2 semanas após as investigações, os
detetives chineses esbarraram em uma casa em Nanmen. E eles pareciam ter
encontrado algo por lá pois a vários dias eles entravam e saiam do local.
No dia 25 de maio de 2012, o jornalista Eddie Luk do
jornal The Standard de Honk Kong, publicou a seguinte reportagem baseada em
notícias que haviam saído em sites de jornais chineses:
“Policiais chineses temem que um assassino canibal comeu
ou vendeu a carne de pelo menos 20 pessoas desaparecidas, a maioria garotos, em
um horrível banho de sangue na Província de Yunnan. Um homem de 56 anos, Zhang
Yongming, foi preso acusado pelo desaparecimento de pelo menos 7 adolescentes.
A polícia encontrou dezenas de globos oculares humanos
preservados em álcool dentro de garrafas de vinho na casa de Zhang, na vila de
Nanmen.
Eles também encontraram pedaços de carne, que acreditam
ser humano, pendurados na casa para secar. Ao longo dos últimos dias a polícia
encontrou muitos ossos que acredita-se ser de humanos. Há o medo de que Zhang
tenha alimentado seus cachorros com carne humana.
A imprensa de Mainland informou que pelo menos 20 jovens
que moravam num raio de 2 km da casa do suspeito desapareceram … O mais recente
a desaparecer foi Han Yao. O corpo de Han, que vivia em uma vila perto de
Nanmen, foi encontrado na casa do acusado, juntamente com seu cartão
telefônico, cartão de crédito e outros documentos.”
O que a polícia chinesa descobriu chocou o mundo. Os
desaparecimentos não eram obra de sequestros e sim de um macabro serial killer
canibal. Começava ai toda uma ação do governo chinês para acobertar o caso.
No dia seguinte a publicação do jornal The Standard,
jornais ocidentais encheram suas páginas com o caso do canibal chinês.
Imediatamente, o governo chinês ordenou que todos os relatórios do caso fossem
retirados dos sites do país. Pesquisas on line em ferramentas de busca para as
palavras “desaparecidos em Yunnan”também foram bloqueados.
Entretanto, depois de 4 dias e devido a repercussão do
caso, a China decidiu quebrar o silêncio. A agência oficial de notícias do
país, Xinhua (http://xinhuanet.com/), publicou um texto com informações sobre o
caso. O texto não fazia nenhuma menção ao canibalismo ou venda de carne humana.
Segundo o texto, uma equipe de investigadores havia saído de Pequim para
assumir o controle da investigação dos adolescentes desaparecidos na região de
Yunnan.
“Uma grande quantidade de evidências físicas e
comparações de DNA mostram que Zhang Yongming, da vila de Nanmen, matou 11
homens. Após os assassinatos, Zhang usou vários métodos, incluindo
desmembramento, enterro e queima para destruir as evidências”, diz o texto.
Ainda segundo o Xinhua, o serial killer atacava suas
vítimas enquanto essas caminhavam sozinhas por perto de sua casa. Antes de
serem censurados, jornais chineses disseram que, pelo menos, 20 adolescentes
que moravam num raio de apenas 2 km do suspeito sumiram nos últimos 3 anos. 6
desaparecimentos teriam ocorrido nos últimos 15 meses.
O canibalismo é um assunto delicado na China. Durante sua
história, em períodos de fome em massa, o canibalismo foi praticado na China e
hoje é um assunto proibido, então não nos surpreende que eles censurem certas
informações sobre esse caso.
Zhang Yongming, O Monstro Canibal
Pouco se sabe sobre Zhang Yongming. O serial killer,
nascido em 1956, teve o seu primeiro ataque de fúria aos 18 anos quando tentou
matar com uma facada no pescoço seu primo de 16 anos, Lu Shirong.
“Me lembro muito claramente quando ele pegou uma faca
enferrujada de cozinha para cortar o meu pescoço, eu instintivamente coloquei
minha mão na frente. Meus pais acordaram e ele foi embora.” Disse Lu Shirong
Em 1979, aos 23 anos, Zhang Yongming assassinou e
esquartejou 1 homem. Tudo na China é um mistério, além da precariedade nas
investigações, existe ainda o acobertamento de crimes violentos por parte do
governo, uma herança do comunismo. Eles não podem dizer ao mundo que crimes
horrendos existem por lá. Portanto não está muito claro o que aconteceu em
1979. Zhang Yongming foi preso pelo assassinato com requintes de crueldade de 1
homem, mas há indícios de que, na verdade, ele já era um serial killer desde
essa época. Entretanto tenho que escrever o que chega até mim, relatórios “oficiais”
dizem que ele foi preso em 1979 pelo esquartejamento de 1 homem.
A casa do assassino |
Ele foi condenado a morte por esse assassinato.
Condenação que posteriormente foi revista para prisão perpétua. Mas em 1997,
ele foi solto depois de cumprir 19 anos de prisão. Foi parar em Nanmen. Em 2005
começaram a desaparecer homens na região.
Zhang era um solitário que não se relacionava com
ninguém. Parece que ninguém nem mesmo ouvira sua voz.
“Eu conheço Zhang. Ninguém na aldeia suspeitava dele.
Zhang nunca falava com ninguém, nem mesmo com as pessoas que viviam próximas a
ele. Nós costumávamos ver ele todos os dias, mas nunca prestamos atenção nele.
Agora, como todo mundo, acho que ele pode ser o responsável pelo desaparecimento
do meu filho.” Disse Li Yudong, pai de Li Hanxiong.
A China censurou o máximo esse caso. O que sabemos é que
Zhang, oficialmente, assassinou sua primeira vítima na vila de Nanmen em agosto
de 2008. Foram 4 anos de matança até ele ser pego em maio de 2012. As primeiras
informações davam conta de que, pelo menos, 20 pessoas haviam desaparecido da
região desde 2005. A polícia, porém, diz que foram 17 desaparecimentos. Por
fim, através de análises de DNA, a polícia conseguiu ligar Zhang a 11 desses
desaparecimentos.
Uma idéia do modus operandi do serial killer pode ser
vista quando em Dezembro de 2011, Zhang Yongming foi pego enquanto tentava
estrangular um adolescente de 17 anos de idade com uma cinta de couro. O
moleque berrou e vizinhos apareceram. Os moradores chamaram a polícia mas Zhang
riu do episódio dizendo que ele estava apenas brincando com o menino.
Brincadeira de mau gosto não ?
“Relatamos a polícia que ele tentara estrangular um
menino mas a polícia simplesmente nos disse que ele tinha problemas mentais,”
disse Xie Shunsheng, cujo filho Xie Haijun desapareceu em janeiro de 2011.
Vídeo mostrando a descoberta do assassino https://youtu.be/icRFqVxSY-E
Modus Operandi
Foto de carne suspeita sendo vendida aos moradores de Nanmen |
Zhang pegava suas vítimas quando estas tinham o azar de
passar pela região onde o serial killer morava. Não se sabe como ele se
aproximava das vítimas mas possivelmente ele os espreitavam e os surpreendiam
por trás. Com uma cinta de couro, ele os enforcavam até desmaiarem. Levava os
corpos para sua casa e lá os desossavam. Esquartejava os corpos e separava a
carne dos ossos. Os ossos eram colocados em sacos e enterrados no quintal. A
carne era dependurada em um local da sua casa para (provavelmente)
desidratá-la. Muitas das partes dos corpos eram incineradas. Os globos oculares
das vítimas eram removidos e colocados numa garrafa de vinho com álcool. Os
horrores desse caso foram escondidos pelas autoridades chinesas, mas vários
indícios levam a crer que Zhang consumia a carne de suas vítimas, além de
vender nos mercados locais como carne de avestruz.
“Tem tempo que não o vejo vendendo carne, mas ele vendia
carne na vila dizendo que era carne de avestruz”, disse Xie Shunsheng
As autoridades chinesas se negam a dar detalhes do caso
com a velha desculpa de que isso poderia causar pânico na população. Bom, nós
sabemos muito bem porque a China não dá detalhes desse caso.
28 de Julho de 2012 – O Julgamento do Canibal
Yongming no dia de seu julgamento em 2012 |
O julgamento de Zhang Yongming começou em 28 de Julho de
2012. Os advogados de Zhang afirmaram que ele sofria de distúrbios mentais mas
o tribunal considerou-o mentalmente são. Não precisamos pensar muito para saber
qual foi o destino de Zhang Yongming. Ele foi condenado a morte pelo tribunal
chinês. Ele foi considerado culpado de todas as suas 11 acusações de
assassinatos, a maioria adolescentes. De acordo com o site Xinhua, Zhang
Yongming não demonstrou qualquer tipo de arrependimento ou remorso e se recusou
a pedir desculpas para a família das vítimas.
A polícia chinesa e o tribunal não responderam ao
questionamento sobre qual a motivação dos terríveis assassinatos em série
cometidos pelo chinês. Apenas informações superficiais foram divulgadas sobre
esse caso, o que é uma pena pois poderíamos aprender bastante. Não sabemos, por
exemplo, se Zhang sofre de algum distúrbio mental ou se os crimes tiveram
conotação sexual, o que é bastante comum em casos envolvendo serial killers.
Com relação ao esquartejamento, o psiquiatra Park Dietz
(O Canibal de Milwaukee, 1 Lunático 1 Picador de Gelo) diz que a maioria dos
assassinos que desmembram um corpo, o faz por diversos motivos. Pode ser para
dificultar a identificação ou para facilitar a desova. Outros fazem como um
significado de simbolismo ou também para chocar aqueles que descobrirem ou
lerem sobre o crime. Existe, entretanto, aqueles que esquartejam um corpo por
razões psicopatológicas.
“Quando o desmembramento reflete perversão, a
gratificação sexual por partes do corpo é o foco, mas isso não é limitado pelos
genitais ou seios. Pode ser os pés, pernas ou qualquer parte do corpo que é
sexualmente significativo para o assassino,” diz ele.
“Homens que desmembram por razões de perversão sexual são
usualmente classificados como sadistas sexuais ou necrófilos, em literaturas
antigas, eles também são chamados como necrosadistas ou assassinos de luxúria,”
diz o psiquiatra.
Zhang Yongming foi executado em 10 de janeiro de 2013.
Fonte: O aprendizverde
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