sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Bruxas de Florianópolis

Outro dia estava conversando com uma amiga e acabamos falando sobre bruxas, vampiros e outros tipos de seres sobrenaturais, e foi aí que ela me deu a ideia de fazer uma postagem sobre o assunto, acabei encontrando um texto bem legal, que mostra um pouco da crendice popular e superstições de Florianópolis, é um texto bem interessante; Bel Varela obrigada pela sugestão.
Florianópolis também é conhecida como “a ilha da magia”, muitas pessoas afirmam já ter visto bruxas nas praias de Florianópolis, e que ao serem avistadas, transformavam-se em passarinhos, borboletas, etc.
De uma forma geral, acredita-se que as bruxas vieram para Florianópolis, na época da colonização açoriana, de navio, quando estas, junto de escravos negros e pessoas doentes, eram banidas da Europa. Também acreditava-se que a sétima filha mulher de um casal, seria bruxa, a menos que fosse batizada pela irmã mais velha.
Antigamente, quando um recém-nascido começava a emagrecer e definhar até a morte, principalmente os que ainda não haviam sido batizados, acreditava-se em "doença da bruxa". Os pais, ao colocarem o caixão da criança atravessado na porta da casa, a primeira mulher que aparecesse seria a bruxa, vindo mais uma vez buscar a vida de uma criança, para assim manter-se eternamente jovem. Em função da crendice era costume proteger as crianças dando-lhes remédios à base de alho e colocando tesouras abertas embaixo dos seus travesseiros.
Os antigos contam que a bruxa era má. Suas vítimas eram sempre crianças, animas pequenos, lavouras em crescimento. É o que dizem os moradores mais antigos na ilha. Outros contam que, para descobrir uma bruxa é muito simples: tira-se todos os móveis da sala da casa, e aí, bem no meio, a dona da casa deve repetir três vezes, bem alto o nome da mulher que ela acha que é bruxa e que é vizinha ou está por perto. Daí a pouco, se esta mulher é mesmo bruxa, vai aparecer e perguntar, fingindo inocência: "A senhora me chamou, vizinha?".
E o melhor mesmo, segundo os moradores da ilha, é rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria toda sexta-feira às 18:00h, e andar sempre com alho no bolso, para proteção, pois a bruxa de hoje não tem qualquer aparência especial. É uma mulher comum, que pode ser até uma moça bonita, não voa em vassoura e não tem chapéu pontudo.
Dizem que têm pacto com o demônio, lançam maus olhados, acarretam enfermidades com os seus bruxedos, etc. Costumam transformar-se em mariposas e penetrar nas casas pelo buraco das fechaduras.
Têm por hábito chupar o sangue das crianças ou mesmo de pessoas adultas, fazendo-as adormecer profundamente. A marca do chupão deixado na pele, chamado o vulgo de "melancolia". Para que as crianças não batizadas não sejam atacadas pela bruxas, deve-se à noite conservar a luz acesa no quarto. Sabe-se que uma mulher é bruxa, quando dá a apertar a mão canhota esquerda.
Para se descobrir a bruxa que chupa o sangue da criança e ela logo apareça, soca-se, em um pilão a camisa da criança ou da pessoa por ela chupada. Ela logo se apresenta e pede para que não façam aquilo.
Existe também uma oração contra elas; quem a possui consegue descobri-la e prendê-la e também não adormece quando ela à noite penetra em casa. A pessoa assim premunida toma, para prendê-la, de um tacho ou uma medida de alqueire e logo que a bruxa entra em casa, emborca o tacho ou a medida e ela fica incapaz de sair.

Há ainda outro processo de identificar uma bruxa: vira-se a lingueta da fechadura de uma canastra. A bruxa, ao entrar em casa, a primeira coisa que faz é pedir para endireitar a lingueta.


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