Pirano - Itália, 8 de março de 1934. Os hóspedes da pensão Piran já estavam dormindo quando, Maria Gherardi, uma cliente com insônia que se encontrava num dos quartos com outras sete mulheres, entre elas Anna, vislumbrou uma pequena nebulosa luminescente sobre o peito da senhora Monaro. O enigmático fenômeno repetiu-se várias vezes nas noites entre 9 e 19 de Março e obrigou seu internamento no hospital da cidade onde foi recebida e estudada por vários cientistas de prestígio. Os primeiro médicos a atender Anne foram Fabio Vitali, e G.C. Trabacchi que conduziram uma extensa análise baseada no isolamento da paciente e na tomada de dados, fotos e inclusive um vídeo de 3 segundos para concluir que o fenômeno era, absurdamente, real. Sua primeira descrição foi:
- "Às 10:35 da noite, sem nenhum som, aparece subitamente
do peito da paciente um pequeno resplendor de luz branca-azulada que ascende
lentamente até o pescoço. Ao mesmo tempo, a paciente acorda de seu sono
emitindo um pequeno gemido..."
O caos propagandístico da época converteu o caso em fonte
das mais disparatadas teorias pseudo-científicas, religiosas e místicas. Um
psicólogo defendia a presença de organismos elétricos e magnéticos indefinidos
no corpo da mulher. Só a atenção suscitada de um reconhecido cientistas
contribuiu para esclarecer às causas da inexplicável quimera.
O primeiro cientista sério que publicou (no The Times) uma
explicação do fenômeno foi o Doutor Giocondo Protti, que apoiado nos estudos de
bio-luminiscência de E.N. Harvey ("The nature of Animal Ligth.1920")
estabeleceu que o estado de debilidade de Anne devido ao jejum religioso
incrementou a quantidade de sulfetos em seu sangue e suor que convenientemente
estimulados pela radiação ultravioleta do próprio sangue atingem propriedades
luminescente. Para Protti a emissão ultravioleta do sangue de Monaro estava
fora de toda normalidade.
Em setembro seguinte publicou um exaustivo relatório de 52
páginas, no qual participou o famoso físico Enrico Fermi, que contêm os
resultados dos exames, as observações e experiências sobre Anna Monaro na
clínica Romana (Suplemento de "pesquisa científica").
Mais adiante a história foi-se carregando de componentes
religiosos e psicológicos. A própria Anne contava que em seus sonhos e
recorrências infantis aparecia sempre desprendendo um áurea luminosa branca.
Tudo isso conduziu a uma sacralização do fenômeno. A história desta
"luminosa mulher" aparece na edição impressa dos mais importantes
jornais da época. The Times (5-Maio-1934), London Illustrated News e o
L’Illustrazione Italiana. Foi uma autêntica celebridade nos meios médicos e o
indescifrável prodígio sempre esteve acompanhado da "rumorología" e
populismo das classes sociais menos favorecidas.
interessante
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