O Mary Celeste é o maior e mais documentado mistério
marítimo de todos os tempos. Até hoje, os eventos que levaram a tripulação de 8
mais 2 passageiros desaparecer da face da Terra são um tema de grande
controvérsia e debate. Em 13 dezembro de 1872, uma pequena embarcação a vela de
dois mastros entrou na Baía de Gibraltar. O Mary Celeste havia navegado de Nova
Iorque, em 7 de novembro, e se dirigia para Genoa com uma carga de 1.701 barris
de álcool. Na tarde de 5 de dezembro, o capitão Morehouse, de outro navio,
reconheceu um navio como sendo o Mary Celeste. Ele era muito amigo do capitão
Briggs, do Mary Celeste. Morehouse ficou assustado ao ver a guinada irracional
de Celeste, já que sabia que Briggs era um marinheiro talentoso. Após duas
horas de tentativas de comunicação sem resposta, Morehouse resolveu embarcar no
navio fora de controle. Celeste parecia ter sido abandonado à pressa. Todos os
documentos da embarcação estavam faltando, com exceção do diário do capitão. O
último registro informava que o navio já tinha passado dos Açores em 25 de
novembro. Surgiram histórias de xícaras de chá quente, metade do café da manhã
largado e cachimbos acesos, mas essas histórias são muito provavelmente falsas.
Ainda assim, ficou claro que o navio tinha sido abandonado à pressa, sem sinais
de violência ou de luta. Estoque para seis meses de comida e água fresca ainda
estavam a bordo, e pertences pessoais da tripulação foram deixados intactos.
Toda a carga foi contabilizada com exceção de 9 de barris que estavam vazios. Não
houve danos à embarcação, o que leva alguns a acreditarem que Celeste foi
abandonado devido ao mau tempo. Isto contradiz a personalidade do capitão
Briggs, descrito como um homem bravo e corajoso que só iria abandonar o navio
se houvesse risco iminente de perda de vida, o que não era o caso. Morehouse
navegou o Celeste até Gibraltar, chegando em 13 de dezembro. Um inspetor
marinho encarregado de investigar o mistério descobriu o que ele acreditava ser
algumas manchas de sangue na cabine do capitão junto a um facão ornamental, e
uma faca e um corte profundo em uma grade que ele comparou com um objeto
pontudo ou um machado (esse último objeto não foi encontrado a bordo, mas ele
acreditava que o dano era recente). Não foi encontrado qualquer indício de danos
ao navio, que estava navegável. Muitas explicações foram apresentadas para os
eventos: pirataria, fraude de seguro (sendo que Briggs e Morehouse estavam
juntos nessa), terremoto marítimo ou outros fenômenos, explosão causada pelos
vapores da carga, comida contaminada que enlouqueceu a tripulação e várias
teorias paranormais. Nos próximos 13 anos, o Mary Celeste mudou de mãos 17
vezes, com várias mortes trágicas. Seu último capitão deliberadamente encalhou
o navio para fazer uma reivindicação de seguro falsa. Em 2001, uma agência
marítima afirmou ter encontrado os destroços do Mary Celeste, embora os céticos
afirmem que há centenas de naufrágios semelhantes na área e que não é possível
determinar com certeza a identidade do navio.
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