quarta-feira, 4 de junho de 2014

Creepypasta: É para onde as crianças más vão

Eu devia ter  seis ou sete anos, quando  morava no Líbano. O país foi devastado pela guerra na época, e os assassinatos eram comuns e freqüentes. Lembro-me durante uma época particularmente cruel, quando os bombardeios raramente paravam, e eu  gostava de ficar em casa sentado na frente da minha televisão assistindo a um show muito, muito estranho.
Foi um show infantil, que durou cerca de 30 minutos e continha imagens estranhas e sinistras. Até hoje eu acredito que tenha sido uma tentativa velada por parte dos meios de comunicação para usar táticas de intimidação para manter as crianças no lugar, porque a moral de cada episódio girava em torno de ideologias muito tensas: coisas como, "crianças más ficar acordadas  até tarde," "crianças más não ficam debaixo das cobertas quando eles dormem", e "crianças más roubam comida da geladeira durante a noite."
Foi muito estranho, e como estava em árabe  não entendia muito bem,mas as imagens eram perturbadoras. A única coisa que guardei na mente, no entanto, foi a cena do fechamento. Manteve-se a mesma coisa em cada episódio. A câmera  aumentava  o zoom em uma velha e enferrujada porta fechada. E cada vez que ficava perto da porta, estranhos gritos de agonia se tornavam  audíveis. Foi extremamente assustador, especialmente para a programação infantil. Em seguida, um texto aparecia em árabe: "É para onde as crianças más vão." Então a imagem e o som desapareciam e esse era o encerramento de cada episódio.
Cerca de 15 ou 16 anos mais tarde, tornei-me um fotógrafo jornalístico. Esse show me seguiu por  toda a minha vida, aparecendo em meus pensamentos esporadicamente. Tinha artigos suficientes então  decidi fazer alguma pesquisa; finalmente consegui descobrir a localização do estúdio onde grande parte da programação desse canal tinha sido gravado. Após mais investigação e, eventualmente, viajando no local, eu descobri que tinha sido abandonada após a guerra.
Entrei no prédio com minha câmera e estava queimado por dentro,ou um incêndio o  havia destruído, ou alguém simplesmente incinerou o estúdio. Depois de algumas horas  tirando fotos, achei um quarto isolado. Depois de  romper a fechadura velha  e conseguir empurrar a porta antiga, fiquei congelado na porta com o que vi e fiquei parado  por  longos minutos. Vestígios de sangue, fezes e fragmentos de ossos minúsculos estavam espalhados pelo chão. Era um pequeno quarto,mofado  e com um ar extremamente mórbido.

Porém o que realmente me assustou e me fez nunca mais querer  voltar, foi o microfone pendurado no meio da sala...

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