A garota sem mãos
Um moleiro estava cortando árvores quando se deparou com um
velho, que, vendo o rosto miserável do moleiro, ofereceu a ele todas as riquezas
do mundo em troca de tudo o que estava atrás dele. Pensando que apenas uma
macieira havia sobrado, o moleiro rapidamente aceitou a oferta do velho, que
prometeu voltar depois de três anos.
O moleiro voltou feliz para casa, mas encontrou sua filha ao
lado da árvore de maçã. Quando o homem velho retornou, a filha do moleiro
tentou se proteger dentro de um círculo de giz que ela mesma desenhou no chão.
Assim ela seria pura demais para que aquele demônio a tocasse.
Frustrado, o demônio proibiu o pai de dar água à filha,
assim ela não poderia se lavar. As lágrimas da menina serviram para que toda a
impureza de seu corpo
sumisse. Assim ela ficava sempre pura. O demônio então
ordenou que o moleiro amputasse as mãos da menina com seu machado. As lágrimas
da garota mais uma vez a ajudaram e, depois de perder as mãos, elas impediram
que seu sangue fosse drenado.
O demônio percebeu que havia perdido a briga e foi embora.
Logicamente, a garota decidiu sair de casa depois dos últimos acontecimentos.
Ela andou muito durante a noite e, de repente, por motivos óbvios, ficou com
muita fome. Foi então que a garota encontrou o jardim de um palácio, cheio de
árvores de maçãs e peras suculentas. O jardim, porém, era cercado por um fosso
gigante.
Ela começou a rezar e, de repente, um anjo apareceu e drenou
o fosso, para que a menina pudesse atravessá-lo e se alimentar. No dia
seguinte, um dos guardas do palácio afirmou ter visto um fantasma sem mãos
entre as árvores. Intrigado, o rei se escondeu no jardim e viu a garota
atravessar o fosso e pegar uma pêra na noite seguinte. Encontrando a jovem, o
rei decidiu casar-se com ela, presenteando-a com um par de mãos de prata.
Infelizmente o demônio ainda estava furioso, alegando que a
garota pertencia a ele. Quando o rei teve que viajar para a guerra, o demônio
interceptava as cartas que ele mandava para casa. Ele enviou uma carta à mãe do
rei, ordenando que ela matasse sua esposa e seus filhos. Incapaz de matar os
próprios netos, a mulher os ordenou a caçar dois veados, para enviar os olhos e
as línguas dos animais como prova de que havia matado as crianças.
Quando o rei percebeu o que tinha acontecido ficou
desesperado e prometeu não beber nem comer até encontrar sua esposa e seus
filhos. Ele levou sete anos até descobrir sua esposa em uma fazenda perto de
seu palácio – as mãos dela tinham ressurgido nesse meio tempo.
Adorei seu blog, muito interessante, vi todos posts. Bem interessantes!
ResponderExcluirContinue assim.
10 !
Obrigada Antony =)
Excluir